Alimentação
Comer é mais do que somente fonte de nutrição e de saúde física, é uma ocasião de encontro, que preserva as escolhas e as tradições, pois todo grupo social tem seu jeito próprio de fazer as refeições, que é transmitido às novas gerações.
Também é um tempo de construção de memórias afetivas que nos acompanham ao longo da vida; quem não tem na lembrança o aroma da comida da infância?
Pela perspectiva da criança, que está começando a comer e beber de forma independente, é se alimentando que ela constrói as habilidades de coordenar suas motricidades global e fina, bem como atribui sentido às diferentes percepções de texturas, aromas e temperaturas, adquire destreza no manuseio de utensílio como a colher, garfo e copo e lida com as situações sociais próprias das refeições coletivas.
Somente progressivamente ela consegue identificar as sensações de fome e de saciedade para comunicá-las aos adultos do seu entorno. Os lanches e almoços na escola são planejados de forma a suprir as necessidades nutricionais da criança e também se configuram como oportunidades de troca entre adultos e crianças e, progressivamente, entre as próprias crianças.
É um tempo de cuidado na rotina escolar caprichosamente pensado para desenvolver um vínculo seguro.
A passagem da alimentação individual para a alimentação independente, em pequenos grupos, é um processo gradual, que deve respeitar o tempo da criança.
No Santa Cruz, no início, a alimentação é um ritual entre a criança e o professor, com o qual já há um vínculo de confiança e afeto. Aos poucos, à medida que a criança cresce e se desenvolve, a alimentação passa a acontecer em pequenos grupos, sempre sob o olhar do adulto de referência e sempre em companhia das outras crianças que ela já conhece.
Nessas condições, o processo da alimentação torna-se um elemento formativo importante e prazeroso, que forma as bases para uma boa relação futura com a nutrição.